sexta-feira, 31 de agosto de 2012

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                Deduzi que minha dificuldade para escrever um texto que expresse meus sentimentos mais profundos existe para que eu não escreva sobre eles. Liberar tudo de ruim que sinto, fazendo sair do fundo da minha alma, emergir para a luz, passando por cada milímetro de carne e ossos que tem no meu corpo, rasgando a pele, não me serve de nada se não fazer sentir pior do que eu normalmente me sinto. Isso é o que acontece quando não se tem ninguém para compartilhar as decepções que sinto a cada segundo que percebo que ainda estou nesse mundo, compartilhando a vida com pessoas que, assim como eu, não a merecem por fazer pouco dela.
                Depois de meses aprisionado nas memórias que lutam cada dia mais para permanecer na minha cabeça, martelando devagar e fraquinho, decidi que não vou mais me importar comigo ou com mais ninguém, sendo que a recíproca é quase totalmente verdadeira.
                A insônia ataca de forma tal que nem o mais potente sonífero consegue afastar os pensamentos que me fazem continuar acordado e que atacam silenciosamente. Terminarei esse texto sem uma conclusão devida porque sempre me decepciono com a centelha de inspiração que me obriga a escrever e não me permite terminar.