As
árvores, no geral, acima de nós... Observando a passagem de nossas vidas como
se fosse uma pequena fração de segundo para esses gigantes quase imortais. A
calma que têm enquanto o vento violento passa por entre seus galhos, levando
suas folhas mortas, continuando indiferentes e imóveis. Sua presença hoje em
dia quase não é mais notada, exceto por aqueles que têm suas mentes nas nuvens,
assim como sua beleza.
Tenho
preferência pelo outono. Curiosamente ele é mais frio que o inverno, na minha
cidade. As folhas das árvores espalhadas pelo chão, com aquela coloração que
varia entre marrom, laranja e amarelo, combinam perfeitamente com o cinza das
roupas das pessoas que passam nas ruas, e do vazio que sinto dentro de mim. É
quase como se eu pudesse pegar todas as folhas que encontrasse e preencher-me
com elas. Caminho pelas ruas sozinho enquanto ouço música, com um pequeno
sorriso no rosto, quase imperceptível. O frio envolvendo meu corpo cada vez que
dou um passo, que esgota pouco a pouco minha energia.
Conheço
um pequeno café, longe de casa, para o qual gosto de ir a pé, sentar em uma das
pequenas mesas que ficam na calçada e tomar um cappuccino, sempre sozinho.
Passeio observando as pessoas, assim como as árvores fazem, só que de um ângulo
diferente, do chão. Às vezes observo por tempo demais, e volto para casa com o
céu já escuro, e com a respiração já dificultada pelo frio, queimando por
dentro de uma maneira deliciosamente dolorosa.
Essas horas gastas com
inutilidades me fazem sentir bem, e em poucos dias essa rotina vai recomeçar,
ainda bem. O frio me conforta de uma maneira estranha, mas boa. Solidão não é
um sentimento, é uma realidade.
estando deprimida, entre amigos e amigas...em uma rua movimentada, o céu negro com varias estrelas...
ResponderExcluiro que me separava era minha mente daquele ambiente amigável ...alguns passos rápidos e um sentimento solitário.